Monday, January 29, 2007

Perfume fedido

Aqueles que confiam em mim (rarará) não percam seu tempo assistindo ao fedorento “Perfume – A História de Um Assassino”, de Tom Tykwer (“a produção alemã mais cara de todos os tempos”, como disse um amigo meu), baseado no best-seller “O Perfume”, de Patrick Süskind.

O filme é muito bom até matarem o Dustin Hoffman (aliás, ele e o Alan Rickman salvam o filme da indigência), depois é uma sucessão de idiotices. A cena do cadafalso é a cena mais ridícula e mal dirigida dos últimos tempos, com figurantes simplesmente fazendo cara de “ah, esse diretor é gênio, vamos fazer o que ele manda”. Qualquer filme da sessão “como era gostoso o meu cinema”, do Canal Brasil seria melhor.

Se eu fosse adolescente, diria que o filme valeria a pena pelos peitinhos da primeira ruivinha que o psicopata Jean-Baptiste tenta transformar em perfume, mas eu não sou mais adolescente (pelo menos é o que eu reafirmo para mim mesmo, diariamente).

Foi um final de semana banal, cheio de filmes ruins. No sábado, vi a pré-estréia de “A Grande Final”, que mostra as dificuldades de três tribos nômades (índios brasileiros, tuaregs e pastores mongóis) para assistir à final da Copa do Mundo.

A idéia é boa, mas o produto final é extremamente ineficiente e joga na tela assuntos seriíssimos, como o confronto entre brancos e índios na Amazônia, a corrupção na Mongólia pós-comunismo e a hierarquia patriarcal no deserto, de forma extremamente banal.

Outra banalidade é “Em Direção ao Sul”. Charlote Rampling (linda, como sempre, mesmo aos 60 anos e sem plásticas) passa seus verões no Haiti devorando garotinhos, até que chega Brenda (Karen Young, ótima) querendo brincar com o mesmo meninão da outra coroa.

Só que o meninão tem problemas na sua terra Natal, conturbada e corrupta como sempre em meio a mais um golpe militar nos anos 70 (apesar de numa cena passar um Corolla zero na tela) e advinha o que acontece com ele??? Bem, se fosse nos 80, ele morria de aids, como o filme passa nos 70, ele morre de tiros. As coroas ficam tristes e eu também, pelos R$ 7 jogados fora.

Pelo menos andei de bike esse finde e subi a Vergueiro montado... Quatro dias seguidos pedalando.

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