Monday, June 18, 2007

Cabeça em chamas


Um lugar nada bom para se estar neste momento é o meu cérebro. Não gostaria de estar na pele dos parasitas microscópicos que o habitam, pois lá dentro deve ser muito quente. Minha cabeça ferve há dias. Desde pouco antes de meu aniversário, foram poucos os momentos de concentração total.


Geralmente, meus pensamentos estão num lugar distinto de minhas ações. Na verdade, sempre foi assim. Na infância, meu pai sempre me acusava de estar “pensando na morte da bezerra”. Não tenho bois, nem vacas pelos quais chorar, mas além da ausência de minha filha, o excesso de trabalho e a grana curta, tenho pensado muito na forma como me relaciono com o mundo e as pessoas. Honestamente, é no que eu mais tenho pensado.


As paixonites vão e vem, mas ao pensar muito descubro que uma pessoa não me sai da cabeça e me sinto mal com a angústia causada pelo fato de que poderá demorar para encontrá-la de novo. Pior ainda pensar no fato que encontrá-la poderá não ser suficiente, como aconteceu no Rio. Foi maravilhoso vê-la, mesmo não tendo ficado a sós com ela, mas foi sofrido, tanto que da festa onde nos encontramos, saí para uma balada.


Precisava dançar, precisava pular, precisava beijar todas as bocas de mulher que sorrissem pra mim, precisava de água, precisava de fumaça. Precisava esquecer, mas não quero e não consigo, pois com ela sinto que a minha comunicação é total. Estivemos poucas vezes juntos, mas existe uma comunicação no olhar. É algo maior que eu e mais forte, bem mais forte. E eu já penso em dar um jeito sobre como estar com ela de novo e penso em arrumar um emprego na cidade dela, e começo a pensar novamente em sair de São Paulo, até porque a cidade dela me atrai.


Penso nela em tudo que vejo, em cada filme, em cada música. Acordo no meio da madrugada e tiro fotos, a partir da janela de casa, do sol nascendo, como essa aí do lado, meio noite, meio dia... Toda hora ela está presente de alguma forma.


Lamento pelas pessoas que estão perto de mim, pois eu estou longe delas. Muitas vezes, acabo sendo um escroto. Aproveito e peço perdão, principalmente para uma pessoa especial, muito legal, com a qual eu não estou sendo nem um pouco legal.


Agora terei uma semana de pausa. O trabalho será tão duro que sobrará pouco tempo para pensar. Já sabendo disso, preparei tudo relacionado ao aniversário da Isabella (dia 22 eu vou ao Paraná). Sequer andei de bicicleta no sábado e no domingo. Até na 25 de Março, que me assombra e assusta, eu fui, tudo para agradar a filhota. Até o dia 24 serei todo dela, mas depois do domingo que vem, eu já sei onde a minha cabeça estará, como um enfermeiro que tenta cochilar dentro da UTI.


É contraditório, eu sei, mas apesar da distância me causar dor, pensar nela me faz bem.


Frase da semana: “O que parece o céu para você, pode ser o inferno para mim”, do nóia que tentava dormir na esquina da Cincinato Braga com a Brigadeiro Luís Antonio.


Thursday, June 07, 2007

No Rio

Entrei no Rio ouvindo Cartola, que entrou no MP3 graças a amiga Lu (obrigado, Lu!!!). O ônibus voou rápido pela Dutra e às 11h eu já estava passando por Nova Iguaçu, depois Meriti, depois vislumbrei a igreja da Penha, Ramos, a p... do estádio de São Januário. 11h30, rodoviária e, logo depois, estava na casa do Bruno em Fátima.

E "agora vou seguir os conselhos de amigos", vou descansar, vou ler (vim lendo sobre Walt Whitman), ouvir música, beber um pouquinho, ver o pessoal daqui, curtir a Lapa, quem sabe Ipanema, ir no Museu de Arte Conteporânea, do Niemeyer, subir, finalmente, o Corcovado com sol... enfim, ser feliz.