Friday, January 12, 2007

Fui gongado e comprei uma bike*

A minha vida é uma tragicomédia. Tudo beira o patético, mas ela tem momentos de “quase” comédia-romântica. Foi o que aconteceu na última quarta-feira. No tédio solar santista, saí em busca de um bom filme. O destino era certo: o bom preço no Posto 4 Cine Arte e o bacana “Café da Manhã em Plutão”, filme sobre o qual já tinha ouvido falar muito e lido pouco (o que sempre costuma ser bom).

De pipoca na mão, olho para a direita e vejo uma loira linda, sentada sozinha, belos sapatos de chapéuzinho nos pés, vermelho. Cruzei a fileira até a outra ponta e sentei perto dela, deixando uma cadeira entre nós. Afinal, não sou tão imbecil assim a ponto de fazer ela pensar que queria (queria não, desejava) sentar a seu lado.

Filme maravilhoso, ainda mais quando encontrava ela ali do lado, concentrada, o que aumentava a minha vontade. O filme (lindo) acaba. A bela sai, eu saio, todos saímos. Eu ía para um bar no Gonzaga, passar mais um momento deprezaço, sozinho, quando a vejo de novo e descubro flores em suas costas. Ela olhava o por-do-sol.

Mudei de rota, fui me reencontrar com o por-do-sol de Santos, que na verdade, visto do Gonzaga, acaba sendo em Praia Grande. Passo por trás dela, para não dar bandeira e sento-me no meio-fio do calçadão, ponho os pés na areia e espero. Foram um ou dois minutos, mas me pareceram uma eternidade. Eu estava morrendo de vontade de falar com ela (como estou agora), e ela veio até mim e começamos a conversar...

A conversa foi ótima, além de loira e tatuada e usar um belo sapato vermelho, ela é estonteantemente linda, fala um pouco diferente (será de outro planeta?), é inteligentíssima, e tem um filho lindo, e é um pouquinho mais nova que eu e tem uma "arquitetura". (Meu Deus!) e tão indecisa este ano sobre o que fazer da vida, quanto eu. E adora cinema, tanto quanto eu adoro música, talvez enciclopedicamente, até. Ela gosta de Antonioni, só para ficar num exemplo.
Inacreditavelmente corajoso, afinal ela me deu essa coragem, após sentar-se a meu lado, a chamei para tomar um chope ou uma cerveja e comer algo. E ela topou, antes apenas certificando-se, como mãe ciosa que é, se o filho estava bem. Estava.

Ela é assim, me tomou de assalto. Conversa vai, conversa vem, o inacreditável aconteceu. Nos beijamos. E agora estou aqui, tristinho como estava antes, porque ontem ela me gongou. Tínhamos marcado um novo encontro e ela mandou uma mensagem dizendo que não podia sair de casa... Não quis invadir e perguntar o porquê e estou aqui, angustiado. Será mais uma tragicomédia?

Hoje, no day-after, decidi comprar uma bike para deixar aqui no “apê da praia”. É preciso. Devo ocupar a mente com algo melhor que televisão, e carregar "a garota da praia" na cabeça da Ponta da Praia até o José Menino, levá-la daqui para lá e de lá para cá. Ela está na minha cabeça, está no meu coração, que espera... Será que só devo esperar ou devo tentar mudar o final dessa história? Ainda bem que eu já sei quem é o autor, dá para mudar o final sem ter que implorar por isso. Bem, na verdade eu não sei o final da história. Só sei que agora, ela é tudo que eu quero.

* Título em homenagem às chamadas de capa da revista “Sou + Eu”. A aberração mais divertida do mercado editorial brasileiro.

2 comments:

Anonymous said...

Ah!
Muda o fim da história!
Eu acho que ela devia estr cuidando da crinaça por isso nao pode ir...
bjo bjo

MO said...

como vc é boazinha.. eu tbm espero...