Saturday, November 25, 2006

Porque eu amo São Paulo

Decidi escrever este texto ao parar pela milésima vez no alto da passarela Ciccillo Matarazzo (a passarela do Detran), que liga o Detran ao pavilhão da Bienal, no Ibirapuera. Passava pela enésima vez por ali com a minha bicicleta, mas não pude deixar de parar o olhar para aquele horizonte metade de pedra, metade verde. Árvores, parque Ibirapuera começando a lotar, trânsito insandecido (aliás, como tava parada a 23 sentido Centro), mas hoje tinha sol, hoje tinha céu azul...

Céu azul e sol forte logo após uma noite de chuva, daquelas feitas para dormirmos bem, têm poder abrasador. Acordei cedo e fui buscar o remédio da filhota (que eu entregarei pessoalmente no feriado do dia 8), enchi os pneus da bike e lá estava eu na farmácia de manipulação. Mesmo há quase um mês sem andar de bike decentemente, lá fui eu para o inexorável, onipresente, tesudo, cheiroso, louco parque do Ibirapuera, grande concentração de pessoas zen do bem...

E ao chegar, não pude deixar de sentir o cheiro das folhas úmidas e da terra que subiam, voláteis, rumo ao ar, rumo às nossas narinas. Cada sombra trazia uma sensação única, assim como trecho da ciclovia do parque sob o sol levava aos olhos as matizes mais diversas de cor, o lago do parque parecia encantada, faltando apenas que ali encarnassem fadas diáfanas... Não sei como as pessoas não usam o parque o Ibirapuera como cenário para casar, como os japas fazem no Central Park...

Com um parque como o Ibirapuera, para que uma cidade precisa de vida noturna??? Mas São Paulo tem e só na noite de São Paulo é possível encontrar uma colombiana curtindo Chuck Berry e Ray Charles na pista da Funhouse, depois de testemunhar seu melhor amigo destruir, por desafinação e não por avacalhação, “As Curvas da Estrada de Santos”, no karaokê-restaurante japonês-choperia Liberdade, enquanto era vaiado por falsos moderninhos bombados e tatuados com mullets-interlace que não conseguiam sequer cantar “Besame Mucho”.

E só em São Paulo um amigo seu te liga às 23h30, depois de assistir com a mãe ao Rei no Credicard Hall, nos fundões da marginal Pinheiros, e te chama para sair... E, no táxi, no caminho para a balada, o motorista, admirado por `jovens´ gostarem de Roberto Carlos, revela que teve uma banda de rock nos anos 60, chamada Os Lobos e que conheceu o rei “himself” e que o cara era muito gente fina (“O Paulo Sérgio, que não era nada, era todo metido, já o Roberto sempre conversava com todo mundo. Ele merece todo o sucesso que tem”. Vida longa ao Rei, e te agradeço, São Paulo, por existir, todos os dias. Foi aqui que eu construí o pouco que eu tenho, foi aqui que nasceu minha filha maravilhosa, é aqui o cenário da minha história... Tava com saudades.

Tuesday, November 21, 2006

Suspenso no espaço (sobre POA, mais um pouco)

Um beijo só, entre concedido e roubado, escalado a partir da nuca, galgado em um pescoço branquinho, parcialmente encoberto por charmosos cabelos curtos... Porque algo tão simples envolve tanto mistério? Porque a cabeça de um homem supostamente tão experiente fica de repente enuviada? Porque nada mais serve? Porque todo o resto é apenas consolação?

A resposta é: não sei. Só sei que ela me encanta. Já havia me encantado no ano passado, mas não tive a auto-confiança necessária para me aproximar de fato. Este ano, quando pediu para que eu me sentasse a seu lado durante um almoço, fiquei de queixo caído. Algo tão simples ligou algo em mim de novo.

Na sexta saímos, tocava uma banda cover de Beatles, os mesmos Beatles que já tínhamos cantado juntos outra noite. O beijo aconteceu, mas ela recusou meu carinho, pediu para que eu esquecesse aquilo, mas agora é impossível, querida! Você já faz parte da minha história, pois estará lá, cravado para sempre no meu chip, esse momento mágico.

Ela mora no centro do país e eu aqui em Sampa, é comprometida, mas não paro de pensar nela e meu único desejo é que toda minha vida coubesse numa mala e que eu pudesse juntar a minha mala e a dela em algum lugar. “Será isso a permanência?”, como cantava Ian Curtis?? _um momento fugidio, algo incompleto, porém perfeito?

Toda essa inquietação me consumiu durante horas ao longo do fim de semana, especialmente nas seis horas em que esperei um avião que parecia fadado a nunca aparecer, talvez para me deixar lá, preso em Porto Alegre com as minhas lembranças de viagem, numa outra dimensão, imaginária...

Bem, nossas vidas seguirão. Cada um em sua cidade, com o seu trabalho e todo o resto. Independentemente do que acontecer, tudo isso é só para dizer que adoro você e que posso ser o que você quiser que eu seja: namorado, amigo, confidente. Apenas não quero que você suma.

De volta à São Paulo, imerso em meu edredon, ouvia um disco antigo dos Acústicos & Valvulados e meus sentidos foram tomados por sua imagem novamente ao ouvir estes versos de “Suspenso no Espaço”. A letra é do poeta/baterista Paulo James, para mim o melhor letrista brasileiro.

“Namorado sempre teve mas também quer seu melhor amigo
E falou que já não mais sabia o que podia ser dito ou não
E muito menos eu que espero a música tocar
Suspenso no espaço
Eu que vou tão longe por guardar
Um beijo na memória”

Thursday, November 16, 2006

No lugar certo, na hora errada

Porto Alegre é uma das cidades mais bonitas e encantadoras que eu já conheci. Estou apaixonado pela rua Borges de Medeiros, pelas colunas do viaduto que a divide ao meio, pelos ipês em flor, pelo por do sol no Guaíba, pelos colegas generosos e gentis do congresso do qual estou participando. Até do chimarrão estou gostando. Só peço aos torcedores do Grêmio e do Inter que não se animem, pois não troco meu Flamengo por nada.

Só peguei táxi para levar as malas para o apê onde estou hospedado, em Menino Deus, um bairro misto aqui de POA, perto da Cidade Baixa _ a Vila Madalena daqui, cheia de bares sensacionais, como simpático Van Gogh e seu pastelzinho delicioso, pertinho do Farroupilha.

Como gosto, tenho explorado bastante a cidade andando ou de ônibus. E me surpreendeu a atenção da maioria dos motoristas e cobradores. Fiquei chateado apenas com o atendimento em um só lugar dos vários em que estive, na tal de Olaria. De resto, todo mundo é muito educado e atencioso, os mais legais foram os da churrascaria Garcia´s, aberta a madrugada inteira, na avenida Praia de Belas.

Entretanto, uma gripe logo após uma infecção de garganta que eu trouxe de São Paulo estragou vários de meus planos. Nada de balada até domingo, nada de álcool. Baixei no hospital Mãe de Deus (que atendimento!) e saí de lá agora para dormir muito de hoje para amanhã, pois de tarde teremos a imperdível parte dois de nosso encontro setorial. Uma pena estar no lugar certo, mas na hora errada (se ainda tivesse um colinho!). Espero voltar logo.

Saturday, November 11, 2006

Der Glauben Liebe*

Não consigo entender as pessoas que tentam viver a vida apenas em termos racionais, na tentativa de esquadrinhar sentimentos, interpretá-los o tempo todo. A compulsão humana por esse racionalismo, agravada mais ainda nos tempos atuais, pelos verbos julgar (comparar), planejar, executar me deixam cada vez mais sufocado, me fazendo sentir cada vez mais deslocado na Terra.

Sou do tempo em que os verbos sonhar, amar, viver acompanhavam muito mais o imaginário humano. Cresci lendo as Grandes Aventuras Abril (20.000 Léguas Submarinas, Capitão Tormenta, Ivanhoé, Robin Hood, Os Três Mosqueteiros), todos traduzidos e adaptados por grandes autores brasileiros. Me transportava para aquele mundo o tempo todo, aquelas eram as minhas lendas. Ao mesmo tempo entrava pelos meus ouvidos a música de meu pai e minha mãe, Roberto Carlos, Erasmo, os reis em primeiro lugar e todo um cancioneiro popular do fim dos 70, começo dos 80: Discoteque, trilhas de novelas, como O Astro (internacional), Gilliard, Amelinha, a fase Danado de Bom, de Gonzagão, e Roberto Ribeiro.

A televisão e toda a fantasia e alienação que ela representava naqueles tempos em que o idealismo era torturado e morto nos porões da Ditadura (muito antes da constatação de Cazuza de que as Ideologias perdiam sentido – “meu partido é um coração partido/ e as ilusões estão todas perdidas/Os meus sonhos foram todos vendidos/tão barato que eu nem acredito...”). Mundo afora, Mark Chapman e seus tiros invejosos que mataram o resto de ideologia que John Lennon representava, um homem que só queria a paz num sentido não-burguês. Pôxa, não é à toa que, sendo fruto dessa época de ouro (só os tolos acham que os 80 foram completamente inúteis), eu sou Flamengo.

Meu dicionário era a brochura com todas as letras do Roberto até 1981!!! Por causa desse caldo todo é que eu sou extremamente romântico (muito carente, é claro, mas essencialmente romântico), bem humorado a maior parte do tempo, muito rabugento também, crítico exasperado, jornalista, óbvio... Amante das causas impossíveis: Lula Lá, direitos humanos, igualdade, liberdade ainda que à tardinhA e fraternidade.

Por isso está sendo quase impossível o diálogo com essa moça seis anos mais nova pela qual estou me apaixonando e que ainda não beijei!!! Eu não quero novamente viver outro amor platônico. Eu não quero novamente ouvir o que eu ouvi ontem: “quando eu fico com alguém pela primeira vez eu sumo pelo menos uns 15 dias para digerir o que aconteceu”. Pois eu, baby, tudo que eu quero é te agarrar e se eu te agarrasse eu não ía querer soltar! É lógico que você teria sua liberdade, eu te dou todo o espaço para você mergulhar no seu alemão, nos logs e configurações dos sistemas de computação que você desenvolve, mas eu preciso de contato físico... Me dê algum, por favor!!! Ah, e eu já passei da idade de pedir beijo!

* O título desse post não quer dizer nada. Não sei alemão, apenas sei que Liebe é amor. Glauben tem em seu prefixo letras que formam o nome da moça em questão... Mas se alguém souber que faz sentido, me escreva. Estou, no mínimo, curioso.

Um sorriso do tamanho do mundo

Felicidade. Essa é a impressão que passa e a sensação que causa assistir a um show do Del Rey (união de integrantes do Mombojó com o vocalista China, do Sheik Tosado, bandas de diferentes gerações do rock brasiliano de Pernambuco, com o objetivo de tocar o repertório de Roberto Carlos).

China ou Flávio Augusto, como queiram, que fazia aniversário na última quarta-feira, dia do show, tocava com um sorriso no rosto o tempo todo, feliz, fazendo-me esquecer do DJ que tocava antes da apresentação da banda, que irritou a maior parte dos presentes tocando funks (apesar de clássicos) intermináveis, aquela coisa sem refrão ou só com refrão... (um parêntesis deve ser feito aqui, os DJs que tocam no Studio SP parecem ter esse triste costume de estragar o clima com um repertório extremamente pessoal e completamente nada a ver com o clima da noite).

O cantor é um performer nato, nasceu para o palco. Devia ser um daqueles garotos que nas festas de família fazia imitações, cantava as últimas do Balão Mágico ou imitava as caretas de Jerry Lewis. E ele parecia realmente à vontade, como se estivesse na sala de casa...

Ao repertório, nenhum retoque: uma cobertura extensa da fase ultra pop-rock-soul de RC (1966 até 1970), com esporádicas aparições, muito bem colocadas, de clássicos dos 70 como "Detalhes", "Além do Horizonte", "Ilegal, Imoral ou Engorda" até hoje no repertório do Rei. Apenas senti um pouco a falta de uma ou outra canção mais filosófica como A Janela, O Divã, Traumas. Mas como encaixá-las???

Roberto e Erasmo e até Ronnie Von merecem todo o culto que usufruem hoje e quando cultivados por caras espertos como os do Del Rey vale a pena. E, gente, o Brasil tem que conhecer o China.

Thursday, November 09, 2006

Caso encerrado

Wander Wildner respondeu e-mail deste escriba sobre o episódio da cobrança de ingresso antecipado, em cash, no último show da temporada em que ele tocou toda terça-feira no bar e não teatro musical Mão Santa (veja o post abaixo).

Ao contrário do que afirmou o pessoal da casa, Wander respondeu que não houve tal acerto com sua equipe e ele não sabia que a cobrança estava sendo feita dessa forma. Pediu desculpas pelo inconveniente e disse que, nos próximos shows, vai cuidar para que isso não ocorra novamente.

Eu que devo desculpas por ocupar o tempo dele com assunto tão banal. Fiquei muito grato e honrado com a resposta de WW.

Thursday, November 02, 2006

Odiei o lugar, mas amei o Wander

A expectativa diante do show de Wander Wildner no último dia 31 era enorme. Seria o último show de sua temporada de todas as terças em São Paulo, no Mão Santa (rua Mourato Coelho, 816, Vila Madalena, São Paulo), o que sempre prenuncia um show especial, ainda mais quando anunciado que teria a participação especial de Júlio Reny (artista solo, guitarrista, ator, radialista, integrante de bandas como os Cowboys Espirituais, Expresso Oriente, lançando um novo disco solo “Dias de Chuva”, enfim uma lenda do rock gaúcho, com quase 30 anos de serviços prestados à música).

Uma pena que parte dessa expectativa acabou frustrada, causando-me, inclusive, uma descarga tão bruta de adrenalina que me rendeu uma dor de cabeça monstro só curada pela atenção amiga da Helô.

A parte mais frustrante foi que a participação do Júlio não pôde ser considerada especial. Não por causa do show, que foi ótimo, apesar de ter sido uma apresentação de abertura, curta, é claro, mas devido ao desrespeito do público com o artista. As conversas das pessoas na audiência eram mais altas que a bela voz do cantor no (fraco) sistema de som da casa. Ninguém prestava atenção, mesmo com os arranjos maravilhosos do guitarrista apresentado por WW como Viajandão. E uma vez que a participação do artista foi divulgada como especial, eu tinha entendido que ele e o Wander, apesar de suas formações musicais distintas, iriam fazer uma jam, mas não rolou...

Até aí, tudo bem, mas a frustração foi antecidida por incidentes muito chatos. Não sei se por ser uma temporada fechada, num dia não muito maravilhoso (terça-feira), a casa (que anuncia aceitar cartão de crédito e débito) cobrou os R$ 10 de entrada na porta, em dinheiro... Como estava só, metade da minha grana do táxi já ficou ali mesmo. Segundo o porteiro, essa cobrança antecipada de ingresso foi decidida entre a entourage do músico e a casa. Com a palavra o Wander (estou mandando um e-mail para ele sobre isso).

Pessoalmente e financeiramente, não fico puto pela cobrança antecipada, mas me senti aviltado como consumidor. Se o ingresso custava R$ 10 para todos, antecipado, pagos na porta e não no final da conta, porque mesas reservadas? As condições deveriam ser iguais para todos os consumidores, não é? Fui um dos primeiros a chegar e fiquei sentado no fundo e sou fã igual a maioria das pessoas que estava ali... E se o esquema da casa é bar com show, deveria cobrar couvert artístico e não ingresso, com pagamento na saída e aceitando todas as formas de pagamento disponíveis. E se o esquema da casa é show, com bar, não deveria permitir que parte dos consumidores ficasse em pé, atrapalhando a visão do artista para boa parte da audiência, eu incluso.

Não bastasse isso tudo, no letreiro da casa havia a informação “chopp” e a casa só vendia cerveja em garrafa e em lata, de três marcas: Schincariol, Skol e Original. Pedi uma Original que chegou quente a minha mesa e, apesar da minha reclamação, não foi trocada. Detalhe, a pobre garçonete, casa lotada, mais perdida que o Mr. Magoo no trânsito, não me disse que havia latinhas... Infeliz com a cerveja, pedi uma Coca-Light... Não tinha. Só a Coca-Hard... E refris de limão e guaraná, da Schin...

Decidi não beber mais nada, mas tava um puta calor dentro daquele lugar pequeno e pedi uma coca normal mesmo, com bastante gelo para diluir, mas já tinha acabado a coca... Tomei uma schin de Limão, parecia a Tubaína do demo!!!! O copo cheio de gelo foi minha salvação... Tudo isso para dizer: pode tocar o WW de novo, o Ira!, o Roberto Carlos naquela p... de Mão Santa, que eu nunca mais piso naquela m... Lugar de bosta. Mais um (confira os posts Lugarezinhos de Merda 1 e 2).

Mas graças a Deus, WW, que estava alheio a tudo isso, sossegado, assistindo o show do Reny (o qual apresentou com enorme carinho) como todos os mortais. Em seguida, subiu ao palco com o mesmo guitarrista do show do Studio SP e arrasou. Acústico, Wanderley Luiz Wildner mostra todas as nuances de sua voz enorme, às vezes rouca, às vezes grunhida, porém sempre afinada, um Tom Waits melhorado, menos excêntrico, brasileiro, latino, com suas letras que de uma hora para outro mudam de curso, mas que dizem o simples (o simples é sempre o mais difícil de alcançar e ele alcança o simples com facilidade). No show, WW se dividiu com maestria entre os clássicos gaúchos revisitados como “Empregada”, “Amigo Punk” e “Um Lugar do Caralho” e suas próprias canções. Poucos acordes e muita alegria e sorrisos no rosto de quem o vê.

Já escrevi demais, o repertório do show fala por si...

Ganas de Vivir (Juan Suarez)
Refrões (WW)
Bebendo Vinho (WW)
Anjos e Demônios (WW)
Um bom motivo (WW)
Quase Um Alcoólatra (Giancarlo Morelli)
Empregada (Frank Jorge)
Eu Não Consigo Ser Alegre o Tempo Inteiro (WW)
Você Já Era (Out Of Time) (Jagger/Richards, vers. Clarah Averbuck)
Minha Vizinha (Gerbase/Wildner)
No Ritmo da Vida (WW)
Um rapaz só (Lonely Boy) (Steve Jones/Paul Cook, vers. Marcelo Moreira)
Correndo por Correr (Todo Mundo Um Dia Vai Embora) (Sandro Nunes/WW)
Candy (Iggy Pop)
Rodando El Mundo (WW, com citação de “Machu Pichu”, de Hermes Aquino)
Maverickão (Zicco Cardoso)
Mantra das Possibilidades (WW)
Um Lugar do Caralho (Flávio Basso a.k.a Júpiter Maçã)
Última Canção (Vico)
Eu Tenho Uma Camiseta Escrita Eu Te Amo (WW)
Amigo Punk (Frank Jorge)