O fim do sonho e o início da fúria aconteceram no mesmo momento, logo depois da febre que me acometeu após a queda cinematográfica deste humilde escriba na rua da Consolação. Era como se não houvesse consolo para mim ou se o consolo fosse o chão.
Aquele tombo, finalmente, fez que eu voltasse a mim. O sonho acabou. E eu não precisei da Yoko!!! Foi quase um ano de sonho, mais uma paixão problemática, mais uma vez a coisa andava de um lado só, tudo eu, tudo eu. Eu investindo, eu querendo, eu ligando, eu (quase) nunca sendo atendido, ou sempre com o clássico “não posso falar com você agora”. Para mim, ela não tinha tempo e eu sempre tive tempo para ela: almoço de duas horas para dar conselhos, ler textos, dar pitacos profissionais, etc.
No Carnaval, depois do que ela fez, qualquer ser humano normal teria sentido a ficha cair. Foram quatro dias à espera dela, ligando que nem louco para saber onde ela estava. Quando conseguimos falar, já depois do Carnaval, disse que havia ligado muito para ela, pois “sou muito ansioso e queria saber onde ela estava para...”. “Ansiedade você trata com terapia. Não tenho nada a ver com isso...”. Vai tomar no cu, pensei, se ela não tem nada a ver com a minha ansiedade, com o desejo que tinha por ela, ela não tem nada a ver comigo. Mas não disse nada. Calei.
Calei e ainda fui atrás! Onde eu estava com a cabeça?! O créme de la créme foi no aniversário dela, no qual ela me tratou com o desdém habitual que, finalmente, eu enxerguei. Mas nesse mesmo dia eu vi uma pessoa bacana e ela soube que me interessei e ficou puta comigo. Marcar território que não é seu, como um Soláno López em busca do Mar? Nunca fui dela, nem na mais remota ocasião. Me mandou um e-mail despeitado, teve resposta a altura e agora venho aqui devidamente exumá-la.
Mas me dêem licença, agora só faltam 14 dias para eu estar com minha filha. Tchau, ex-paixão. Já vai tarde!
Lendo Safran Foer, ouvindo Paralamas, Jorge Ben e Beethoven...
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