Tuesday, July 03, 2007

Ah se coubessem todos os etc...


“Thank you for your pictures”. Esta foi a única frase com algum sentido que consegui dizer para um feliz Bob Gruen, que autografava seu livro e posava para fotos com adolescentes, adultos e idosos que foram visitar a Rockers, exposição que compila seus 40 anos de carreira e que terminou este domingo. Junto com Mick Rock, ele é um dos maiores fotógrafos da história do rock.


A exposição, muito bem montada, inclui até objetos exóticos feitos a partir de suas imagens, como uma colcha que estampa a famosa foto do Led Zeppelin junto ao avião da banda. Mais do que retratos dos artistas, Bob conseguia revelá-los na intimidade, pois era íntimo dos músicos. Além de registrar momentos importantes da música, como o nascimento dos Ramones, os shows do CBGB Omfug, o surgimento da New Wave, Gruen também foi o responsável por um verdadeiro diário fotográfico do casal Lennon na América.


Ver suas fotos e tirar uma foto com Gruen (essa aí de cima que eu fiquei com essa cara de bobo), foi o ponto alto de um fim-de-semana especial, nostálgico, cercado de amigos de Santos. Era como se eu estivesse voltando à 95/96, aos tempos do Embryo. Só faltou mesmo o Roberto e o calor do verão santista no interior da garagem do prédio dele, onde ensaiávamos todo fim-de-semana.


O Mauro, “meu amigo de fé, meu irmão camarada”, veio ver a Rockers e o show do Lô Borges, em nova turnê, do disco “Bhanda”. Além de hospedá-lo, fui junto. A curtição, claro, seria garantida, até porque teríamos a companhia das F´s, duas irmãs que acompanharam e foram fãs de toda a carreira do Embryo e estavam sempre lá dando uma super força.


Apresentar lugares da cidade onde moro há tanto tempo para o amigo só fazem com que eu me apaixone mais ainda por São Paulo e acabe descobrindo lugares novos também, como o excelente restaurante japonês por quilo na Liberdade que descobrimos sem querer ou novos sabores como o doce de um tipo de pão de ló em formato de banana, com recheio de creme.


Já as manas moram há pouco tempo na cidade, mas sempre estavam por aqui e estão mais adaptadas. Estarmos os quatro ou até com mais gente junto não cai na conversa fácil de meras lembranças do passado. Como já havia abordado aqui em outro texto, há muitos pontos em comum e um horizonte inteiro para explorar ainda. Há pontos de contato indicando o futuro e nossos pontos em comum apenas ajudarão a conquistar a tal felicidade.


Uma das manas, por exemplo, é cinco anos mais nova que eu, o que hoje não tem mais o impacto dos tempos da garagem, quando ela tinha 16/17 e eu, 21/22. Além de termos a mesma profissão, temos um gosto musical parecido e curtimos alguns lugares em comum em São Paulo, com a diferença de que ela tem uma energia incrível que eu ainda estou recuperando aos poucos. Prometemos não perder contato. Ontem, por exemplo, ela me apresentou o Treze Bar.


A outra mana já está mais calma, tem quase a minha idade e a do Mauro e gosta de coisas mais tranqüilinhas, que eu também gosto. Já andou me levando para uns lugares diferentes, portanto acho que vou conhecer mais coisas novas. Todos estamos felizes de estarmos nos vendo de novo. É como se fossem os ensaios de novo.


Mauro, assim como eu, ultrapassou os limites do rock e é também um grande fã de música brasileira, com ou sem P. “Pra mim existe hoje apenas música que eu gosto e que não gosto”, diz ele. E eu concordo. Os rótulos nos engessam e afetam nossa busca pelo novo ou pelo antigo que pulamos nas prateleiras das lojas de disco ou que simplesmente deixamos de conhecer.


Como canta Belchior em “Velha Roupa Colorida”, “o que há algum tempo era novo, jovem, hoje é antigo”, portanto ninguém é obrigado a conhecer as novidades da música ou de qualquer arte assim que elas acontecem. Lô Borges, para mim, por exemplo, é uma novidade de pouco mais de um ano que ainda estou assimilando, assim como eu estou gamado em Magic Numbers e Snow Patrol, que são “fresquinhos”. Na prática, ambos são pão quente para mim, porque conhecer coisas novas é o que importa, não importa quantos anos elas tenham, como os discos de Warren Zevon, que o Mauro me trouxe emprestados e que me cativam mais a cada audição.


O importante é desbravar o desconhecido, como o rejuvenescido Lô, que do alto de seus 50 e poucos anos, concentra boa parte do repertório de seu show em novidades de seus dois últimos discos_”Bhanda” e “Um Dia e Meio”, que incluem parcerias com Chico Amaral (Skank) e César Maurício (Virna Lisi), além do velho companheiro Márcio Borges.


O repertório inclui ainda parcerias com outros artistas, como “Dois Rios” (Borges/Nando Reis/Samuel Rosa), lançada pelo Skank, que você pode ver aqui na versão do Lô no Sesc este sábado (atenção ao guitarrista Giuliano Fernandes!!!), e velhos clássicos como “Um Girassol da Cor de Seu Cabelo”, claro.


Queridos amigos, foi muito bom curtir tudo isso com vocês este final de semana. Virão outros! Já estou com saudade. E olha que faltou contar coisa aqui, imagina se coubessem todos os etc???


2 comments:

Unknown said...

É... ainda bem que vc avisou antes pra não chorar rs...rs...
Realmente foi um fds fantástico, a começar mesmo pelo rango japa na liberdade. A gente pensava que seria trash, mas foi classe A, saborosa, porra to até ficando com fome rs...rs...
O que falar da "Rockers" ??? visualizarmos o que escutamos a vida inteira, pelo olhar humano de Mr.Gruen é indiscritivel. Parece que ele fotografa os artistas como seres humanos, e não como pop stars, dando a impressão que os modelos vão sair da foto e trocar uma idéia com a gente. Sem contar a simplicidade do cara, abraçando e autografando para todos. Acho que vc já disse tudo. É isso ai.
O happy hour naquele lounge foi bem legal, menos o preço...pesadinho... duas micro-doses de domeq pagariam a garrafa... but fuck off, foi legal, e isso é que importa.
Lô Borges tb dispensa mais comentários, e o fato do cara rechear 80% do show com material novo, comprova que gênio que é gênio não para de produzir, "ouviu dona Rita Lee???" (que não fez mais nada nos ultimos 25 anos e paga o maior pau). Depois da expo, do show, fechamos com chave de ouro no Exquisito com mexican food de primeirissima e chopp!!! Next time quero conhecer a Fun House, sem falta. Aliáz, sexta 13 vai rolar popscene, que estou realmente tentado a comparecer, vamos nessa???
Domingão foi outro show a parte: sabe aquela coisa que vc está com vontadade de conhecer e vai, pois é, o Mercado Municipal foi show, e a Estação da Luz, idem. São coisas simples que jamais me esquecerei.
No quesito musical, realmente cheguei a essa conclusão, só existem dois estilos de som, o que gosto e o que não gosto. Escuto Pena Branca & Xavantinho com a mesma vibe que escuto Megadeth, e por ai vai rs...rs.... no more rótulos!!!!!
Mas além de todas as coisas legais e diferentes que curtimos no fds, valeu muito mais pelas companhias dos amigos Zoyd, Flavia, Fernanda, Magda, Andrea, João & Fred.
Thats all folks!!!!!

Grazi Lavezo said...

po, snow patrol tb?