Porque sempre temos que andar na mesma direção, fazer o mesmo caminho, comer a mesma coisa, beber a mesma coisa, olhar todas as mulheres do mesmo jeito, botar nossos métodos em prática a cada vez que estamos relaxando tranqüilamente numa balada, por exemplo? Porque a gente simplesmente não relaxa?
Tudo pode ser diferente daquilo que imaginamos. Basta querer. Parece papo de livro de auto-ajuda, mas foram dois filmes e duas partidas de futebol que me fizeram pensar a respeito disso hoje_ Vem Dançar (Take The Lead, EUA/2006), aquele mesmo, acreditem, com o Antonio Banderas, O Samurai do Entardecer (Tasogare Seibei, Jap/2002), Brasil 3 x 0 Gana e Espanha 1 x 3 França.
Mas o que uma coisa tem a ver com a outra??? Tudo. Sou um cara extremamente repetitivo mas que odeia rotina. Nada mais anocrônico, mas será que eu odeio mesmo??? Estou começando a achar que gosto de repetição, de rotina, e isso começa a me incomodar, mas não é sobre isso que eu quero falar agora. Vamos aos exemplos.
A começar pelo mais surpreendente: se não tivesse visto o trailer e não tivesse ganho da distribuidora da Folha de S. Paulo o ingresso, provavelmente não teria assistido a Vem Dançar. Filme sobre dança de salão??? Vai se fuder, meu... “Coisa de viado...”, como já disse o grande Pedro Bial. Mas ganhei o ingresso, aliás, já ganhei o ingresso por fazer algo que não faço nunca: comprar a Folha de domingo, não podia deixar de ir. E o filme é simplesmente o máximo.
Banderas é um professor de dança, um profissional que, ao assistir uma cena de vandalismo próxima de sua casa, acorda para a realidade de sua vizinhança, na zona norte de Manhattan, NY, NY... Oferece-se para ajudar a garotada problema da escolona do bairro, um Chiqueiro Louco* nova-iorquino.
A coisa dá certo quando a direção de elenco escolhe uma garotada nova para os papéis dos alunos, todos muito bons, com destaque para YaYa DaCosta, como LaRhette e Rob Brown, como Rock. Banderas percebe algo na história e vai fundo. Já dança bem, foi tranqüilo.
Já O Samurai do Entardecer surpreende mais pela sua história, praticamente surreal, de um samurai pobre e viúvo que abandona os prazeres mundanos em troca de ver suas pequenas cerejeiras (as filhas de 5 e 10 anos) crescerem. Graças a um velho-novo amor, ele acaba retomando a arte da Guerra e reencontra seu destino, sem deixar de amar suas pequenas.
Com essa história bacana, tendo como personagem principal um samurai sensível (diferente, não???) o diretor Yoji Yamada mudou a própria carreira. Diretor de uma série cômica de cinema japonesa, com mais de 40 filmes, sucesso no mercado local, pela primeira vez obteve sucesso fora do país e obteve uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 2003.
Ai, ai, ai, mas o que a França e o Brasil tem a ver com isso. Na Copa, hoje, a França parou de pensar no resultado e resolveu jogar sua bolinha. Até apareceu um tal de Zidane, aquele que queria se aposentar, mas meteu um gol aos 40 do segundo tempo. Isso é mudar.
E o Brasil, ah o Brasil só foi bem quando resolveu mudar. Quando Ronaldo resolveu que tinha que driblar o goleiro de Gana, quando Parreira tirou Gilberto Silva e Adriano, quando Dida virou o pé direito um poquinho para a esquerda. Foi um sufoco? Foi. Foi mal-jogado? Foi. O que precisa fazer: mudar. Muda, Parreira, sem dó... Não adianta reclamar da leitura labial do Fantástico.
E eu? Que eu preciso fazer: mudar. Até que já fiz bastante coisa, mas ta na hora de buscar o novo. Acho que a primeira medida é gostar de quem gosta de mim e parar de me apaixonar por pessoas que não querem me dar a chance de me conhecerem de fato...
* Chiqueiro Loco era o apelido da EE onde estudei da 1ª a 8ª série, lá em Santos.
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