Tuesday, July 22, 2008

Ressuscita-me!

No último dia 19 fez 11 meses que eu a Ju nos conhecemos. O início oficial de nossa relação, dois meses depois, salvo engano, foi o tema do meu último post aqui no blog. Mas porque o silêncio?.

Aprendi, ao longo dos anos, a escrever na inquietude ou na dor, mais ou menos como é no blues. Da dor extraía meus textos, que podiam até conter humor e alegria, raramente consegui escrever sobre a felicidade, sobre a boa rotina, sobre o lado pouco romântico dos relacionamentos.

Vou falar aqui da briga que tivemos sobre se comprávamos ou não um tampo novo de privada? Ou sobre a minha resistência em comprar uma cortina?. Não dá, né?

Ingênuo, não falava nem aqui, nem para ela, sobre bobagens que me inquietavam, não me relacionei o suficiente. Fiquei devendo explicações. Ok, faço aqui meu mea culpa.

E nesses sete meses achava que eu era a pessoa mais feliz do mundo e achava que ela pensava o mesmo. Até que numa noite de maio, ela me disse tudo que estava doendo nela. E eu ouvi, calado. E doeu, doeu muito em mim, principalmente sobre duas coisas as quais eu vou falar para ela no nosso próximo encontro. Ela sabe o que é e eu não vou expor aqui. Esse blog é sobre mim e como sobrevivo aos relacionamentos conturbados da minha vida de trintão e pai quase workaholic.

Nos dois meses que se seguiram após essa noite, mergulhei em minhas angústias e também numa solteirice dedicada. Ressuscitei o velho caderninho e tentei averiguar possibilidades deixadas para trás pouco antes de conhecer a Ju. Foi interessante? Foi. Mas não senti firmeza para ir além. Algo faltava.

No período, também viajei, encontrei grandes amigos de longe, disse tudo que estava na minha cabeça. Foi quando comecei a pensar se poderia superar a dor e até dar o primeiro passo, ligar para a Ju, etc, mas me segurei. Vi também os amigos de perto e pensei muito no vaticínio de um grande amigo. Ele dizia: “Meu, o teu problema é que você gosta de seduzir e pronto. Esse é o teu barato. O grande barato de se relacionar, que é o dia-a-dia, você não tem paciência para aturar”.

Confesso, amigo, eu nunca parei de pensar nessa frase. E tem horas que eu acho que é verdade, e tem horas que eu acho que é uma mentira deslavada.

E algo continuava faltando. Até que um dia ela me ligou e nos amamos aquela noite com um desespero pouco comum. Dias depois, ela reapareceu e pediu para voltar. Eu disse que precisava pensar, que havia muito o que discutir, principalmente aquelas duas coisas. A principal delas: eu sou um pacote composto por mim e minha filha. Quem quiser entrar nessa família, vai ter que levar o pacote todo, não pode querer apenas uma parte. Eu vou me sentir parcialmente infeliz se nós dois não pudemos estar juntos nessa casa.

Perto do aniversário dela, decidi: queria voltar. Mandei flores, pedi o retorno. Como em toda boa novela, agora foi ela quem disse não e que as coisas que havia dito na última noite juntos tinham feito ela pensar. Nada mais justo (o placar deve estar uns dois a dois)... Até que da última quinta-feira para cá, parece que está tudo como antes, tudo normal, mas ainda precisamos conversar sobre aqueles dois pontos. Entretanto, não consigo negar, está melhor com você do que sem você.

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