Monday, December 11, 2006

Amor incondicional

Enquanto na vida amorosa todos os meus resultados são incompletos e tudo parece estar em colapso (nenhum ciclo parece se fechar e meus três casos recentes não foram vividos plenamente _um beijo fugidio longe de casa, uma garota mais ligada em livros e computadores do que na vida e uma bela psicóloga que não sabe se fica casada ou se separa), com Isabella, mesmo com a distância de 696 km, a vida parece fazer sentido.

Dezessete horas de viagem (ida e volta), diárias de hotel, gasto com material escolar, presente de Natal, gasolina (minha contrapartida para a volta de carro), gastos com alimentação, lanches, tomar Coca-Cola normal, coisa que já não faço mais... Para muita gente tudo isso poderia ser o inferno, para mim é o paraíso. Porque são por essas atitudes, essa presença, que acredito estar vivendo pela primeira vez meu único amor incondicional _o amor de um pai por sua prole.

Logo de cara começo a sentir a sensação de dever cumprido. Chego, me registro no hotel, encontro Isabella e a levo para a escola. Naquele segundo, ela entra pela última vez na pré-escola. Ano que vem, no final de janeiro, ela começa o ensino fundamental. Me sinto parte, sinto que cada centavo está sendo bem empregado. Depois, verifico os documentos de matrícula da minha filha e constato que ela já tomou todas as vacinas e leio o primeiro boletim escolar de uma carreira que eu sei que será longa e que vai bem, obrigado.

No sábado, mantivemos uma tradição que temos desde quando ela tinha dois anos. Fomos ao cinema à tarde. Vimos “Happy Foot”. Tirando as músicas, os efeitos de animação fantásticos, a versão em português meia-boca e o roteirozinho chulé derrubam o filme e tornam seu final ininteligível para uma criança de 5 anos.

À noite, fomos ao Willie Davids ver os balões que participavam do Campeonato Brasileiro de Balonismo fazer o Night Glow... Espetáculo bonito, mas os organizadores estragaram tudo, anunciando que a festa começaria às 19h, quando 19h era apenas o horário de abertura dos portões, deixando as pessoas duas horas trancadas num estádio de futebol, assistindo uma prostituta da cidade fazer um cover podre de Vanessa da Mata, acompanhada de duas piranhas e uma bichona supostamente dançarinos e pessimamente coreografados. Viva a pipoca e o churros...

Mesmo com o soninho e o showzinho dado no restaurante japonês logo em seguida e a longa viagem que teríamos na volta, nada era capaz de desfazer a minha alegria. Tudo valeu a pena no domingo de manhã. Assim que acordamos, ouvi um sonoro e sincero “papai eu te amo!”.

2 comments:

Anonymous said...

ADOREI...putz, nada melhor do que esses "sacrificios" que valem a pena...tenho certeza que vc guardará tudo isso pra sempre e ela também, apesar da distância, saiba que ela te ama mais e mais, só que agora ela é espontânea, parte dela, eu me sinto uma heroina e me sinto traida, não tenho mais a minha bebê, eu tenho uma criança de 5 anos e meio, que não precisa mais de mim pra dar banho, dar comida na boca, trocar fralda, ela nem toma mais vacina...agora é ela que lê histórinhas pra mim, ela que me ensina brincadeiras, mas qdo ela está com medo ou receio, ela vem correndo e me abraça, ai me sinto importante e lembro que apesar de tudo ela sempre será a minha bebezinha...já começo a me sentir meio de escanteio na independêcia que ela conquistou, ai eu agradeço a Deus pela filha que eu tenho e pelo pai que ela tem...OBRIGADA por cada palavra, cada conversa, cada briga (no bom sentido), por ser meu amigão e por estar ao meu "lado", sempre que nós duas precisamos de vc...Saiba que tanto vc quanto eu, temos a certeza de que neste mundo, tirando nossos pais e irmãos, uma pessoa diz "eu te amo" pra gente e é verdadeiro...

Anonymous said...

Confesso que fiquei tocado com as palavras e comentarios que vc fez a Respeito ( com R maiuscolo ) da nossa amizade, e como uma lembrança simples pode comever que quer que seja. As vezes a gente passa um tempão sem se trombar, mas quando a gente tromba, pra tomar uma gelada, sem pensar em mais porra nenhuma, percebemos que é tudo o mesmo lance legal de 20 anos atraz. Pena que o Xuxa não pode comparecer, mais não faltarão oportunidades. A pedalada estará sempre de pé.
Long live Rock!!!! I heard it everyday!!!!
Abração.
Maurão.