Saturday, October 21, 2006

100 páginas de puro sexo

Sexo é a união de duas ou mais pessoas em busca de prazer. Sexo heterossexual é a união de um homem e uma mulher em busca de prazer, portanto é a união de pintos e bucetas em busca do bem mútuo daquelas duas pessoas que compartilham a alcova, o chão do banheiro, a pia da cozinha, o motel, enfim, qualquer lugar... E com a mercantilização do sexo, ou seja, desde que o samba é samba (afinal não dizem que a prostituição foi a primeira profissão???) veio o erotismo e a pornografia, duas faces de uma mesma moeda _a demonstração ao público de manifestações pessoais tidas íntimas: o corpo e o sexo até então invioláveis.

Entretanto, no mercado editorial de revistas eróticas brasileiro e, para bem dizer, mundial, sempre imperou o termo revista masculina. Enquanto que no mercado pornô, a busca por produtos que agradassem a platéia feminina, como filmes de softcore ou de pornôs com história, por exemplo, começava, nos idos dos 80, a abrir um veio em busca do mercado feminino, o mercado de revistas eróticas de estagnou nesse sentido. Com a revolução trazida pela web e a crescente produção de vídeos caseiros proporcionados pelas web cams, esse mercado parece quase obsoleto, colocando mulheres até então insuspeitas em busca da realização de suas fantasias em meio aos downloads e uploads.

A boa surpresa é o retorno do título EleEla, mais Ela do que nunca. Do alto de seus 37 anos, a revista renasce com um projeto editorial (de Wagner Carelli) e gráfico soberbo, com sexo em suas 100 páginas, com muitas bocetas e também com pinto (afinal essa história tem duas metades), mas mantendo algumas tradições como a sessão Fórum, repaginada, com textos de primeira, como o belíssimo conto “Truco”, de Ivana Arruda Leite.

Em busca desse futuro, a revista parece seguir um promissor caminho (sem volta, espero). Já começa mostrando o trabalho de duas exibidas da internet, Olívia e Rosa, duas amigas que gostam de fotografar uma a outra, nuas. Não há praticamente uma página sem link para a web (será uma dica que o futuro está lá fora, ou melhor, na rede?) e tirando a página com o retrato do genial Contardo Calligaris, praticamente não há nenhuma página que não exale sexo. Enfim, surge uma revista erótica não exclusivamente masculina, uma revista que um homem e uma mulher podem ler juntos e não um de cada vez. Boas transas para todos e vida longa à nova EleEla.

2 comments:

Anonymous said...

A capa realmente me pareceu simpática. E os assuntos enumerados nela pareciam os da Status, que foi nossa revista "masculina", digamos, mais fina. Outro dia vi estampada no Genial a capa da Caretas, que era a revista de humor da Status. Aliás, seria genial (sem caixa alta) se lançassem um livro com o melhor da Status, com todas aquelas mulheres brasileiras e lindas, famosas ou não, as entrevistas melhores que as da Playboy e os quadrinhos todos eles autênticos e bons, sem rabo-preso. Falamos com o Domingos sobre?

Anonymous said...

Obrigado por Blog intiresny