É pai. 62 anos ontem. Bem vividos, não sei. 36 anos no prédio, demissão no ano passado, depois da aposentadoria. Agora tá bem, mas tá com aquela doença, cujo nome você não gosta de falar. Eu sei como é difícil para você, afinal de contas o tio teve também, e não teve sorte.
Bem, mas a vida é torcer, meu velho, e eu estou contigo. Já esqueci tudo, tá? Esqueci que você me proibia ir muito longe com a bicicleta, mas lembrei que foi você que segurou o celim da bike até eu aprender a andar... Esqueci que você não gostava que eu jogasse bola, mas, mesmo assim, batia uma bolinha com a gente na praia. Esqueci, principalmente, que você não queria que eu tivesse banda e esqueci que você queria que eu fosse doutor...
Mas, com você, eu também aprendi a ser turrão e fiz tudo, no fim das contas, do jeito que eu quis. E tenho que agradecer a você, por você ter sido meu pai. Por isso, ontem, na hora dos parabéns, eu corri para pegar a câmera e bater as duas últimas fotos do filme, porque, infelizmente, poderia ter sido seu último bolo de aniversário, apesar de que eu tenho certeza que não será.
Talvez você não saiba, mas eu te amo, e vou estar junto contigo.
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